Desde 2000, que se tem assistido em Portugal a um esforço de requalificação do tecido empresarial. Esta aposta tem resultado na introdução de tecnologias digitais e de novas competências, mas tem levado também ao surgimento de novas empresas de base tecnológica. Destaca-se neste processo o papel das CIT, entidades de ligação entre as instituições de ensino superior e as empresas.
A inovação é o fator crítico de sucesso do tecido empresarial, numa economia globalizada em que as empresas só serão competitivas se forem capazes de produzir produtos, serviços ou soluções diferenciadoras.
Enquanto Presidente da Agência Nacional de Inovação, cumpre-me liderá–la na prossecução da sua missão: apoiar a inovação tecnológica e empresarial em Portugal, contribuindo para a consolidação do Sistema Nacional de Inovação (SNI) e para aumentar a competitividade da nossa economia nos mercados globais. Em constante articulação com outros objetivos de políticas públicas nacionais, pretendemos ajudar Portugal a posicionar-se no grupo dos países ‘Fortemente Inovadores’ até ao final da próxima década.
Desde 2000, temos assistido em Portugal a um esforço de requalificação do tecido empresarial, com a introdução das tecnologias digitais e de novas competências, mas também ao surgimento de empresas de base tecnológica, muitas provenientes do meio académico e do sistema científico e tecnológico. Conhecidas como “born global”, dispõem de recursos humanos altamente qualificados e concorrem com os melhores do mundo nas suas áreas de especialização.
Não obstante, verifica-se que ainda existe uma enorme franja do tecido empresarial que não está a explorar devidamente as potencialidades oferecidas pela digitalização da indústria. Trata-se, sobretudo, de pequenas e micro empresas que carecem de uma estratégia clara e cujo quotidiano se prende fundamentalmente com problemas de liquidez, de acesso a fontes de financiamento e a recursos humanos qualificados. Mas são também empresas com desafios tecnológicos concretos, para os quais têm dificuldade em encontrar respostas ou mesmo em formular as questões corretas. E foi justamente para responder a esta lacuna que foi lançado, em 2017, um processo de reconhecimento e de capacitação de infraestruturas tecnológicas já existentes (designados por Centros de Interface – CIT).
Os CIT são entidades de ligação entre as instituições de ensino superior (universidades e politécnicos) e as empresas, que se dedicam à valorização económica do conhecimento e à transferência de tecnologia.
Atualmente, são 28 os Centros de Interface reconhecidos pelo Ministério da Economia, que receberam, no total, um financiamento de cerca de 33 milhões de euros para os próximos três anos, através do Fundo para a Inovação Tecnológica (FITEC). Espalhados um pouco por todo o país e a operar em várias áreas de conhecimento, estes centro têm por missão ajudar as empresas a encontrar soluções tecnológicas inovadoras, que permitam suprir falhas de mercado, debilidades e défices estruturais.
OISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade é uma das entidades nacionais reconhecidas como Centro de Interface e o seu papel no desenvolvimento de diversos serviços e soluções de apoio à reestruturação e requalificação empresarial é inquestionável.
Ao longo dos últimos 30 anos, o ISQ foi parceiro ou coordenador em mais de 500 projetos de I&D, investiu num quadro de recursos humanos altamente qualificados e assumiu-se como uma das infraestruturas tecnológicas portuguesas com mais prestígio a nível nacional e internacional.
A ANI é a entidade responsável pelo acompanhamento da atividade dos CIT durante os próximos anos, apoiando-os sempre que necessário na sua missão de capacitar as empresas no seu processo de inovação. Por acreditarmos no valor do trabalho desenvolvido pelos CIT, lançámos, em fevereiro de 2019, o Demonstrador Tecnológico, um conjunto de eventos inclusivos e abertos à participação de todas as empresas e entidades com projetos de inovação de base científica e tecnológica.
Enquadrada no Roteiro Mais Inovação, esta iniciativa tem como objetivo difundir, demonstrar e dar a conhecer à sociedade os resultados da inovação e empreendedorismo desenvolvidos pelos Centros de Interface.
O Demonstrador Tecnológico, promovido pela ANI no âmbito do SIAC – Iniciativa de Transferência do Conhecimento, pretende envolver o tecido empresarial nacional com os resultados da inovação e empreendedorismo de base científica e tecnológica.
Esta atividade realizar-se-á em vários Centros de Interface (CIT) que são entidades de ligação entre as instituições de ensino superior e as empresas, dedicando-se à valorização de conhecimento e à transferência de tecnologia.
PRESIDENTE DA AGÊNCIA NACIONAL DE INOVAÇÃO
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