Neste âmbito, os gases renováveis, com especial enfoque para o hidrogénio verde, assumem um papel relevante no processo da transição energética, alavancando oportunidades de desenvolvimento económico, industrial, científico e tecnológico no quadro europeu.

A relevância do hidrogénio verde reside no facto de, entre outros, ser um portador de energia com elevada densidade energética, o que lhe permite ser uma solução para processos industriais intensivos, para o armazenamento de energia produzida através de fontes renováveis e para o surgimento de outros combustíveis de base renovável, como é o caso dos combustíveis sintéticos. Neste sen- tido, o Governo aprovou recentemente a Estratégia Nacional para o Hidrogénio (EN-H₂), que estabelece, para 2030, uma meta de 1,5% a 2% de hidrogénio verde no consumo final de energia.

Este objetivo ambicioso obriga a uma forte intervenção e investimento da indústria nacional, nomeadamente das empresas de Serviços de Energia. Estas reúnem um conjunto de valências únicas, nomeadamente experiência e know-how no setor, envolvimento em projetos de investigação e desenvolvimento ou capacidade de desenvolvimento de modelos de negócios inovadores capazes de alavancar investimentos. Num recente levantamento aos associados da APESE, verificou-se que os mesmos atuam em toda a cadeia de valor, desde a produção renovável ao consumo final, com experiência em tecnologias de produção, armazenamento, transporte e distribuição. Os associados têm ainda valências em áreas tão relevantes como certificação de instalações/equipamento ou utilização de inteligência artificial em processo de otimização da operação e manutenção.

As empresas de Serviços de Energia estão preparadas para o desafio da promoção do mercado do hidrogénio, incorporando engenharia e tecnologia neste setor, e contribuindo também para o desígnio da descarbonização da economia.